Maior ilha fluviomarinha do mundo, a Ilha de Marajó é banhada pelo oceano Atlântico e pelos rios Amazonas e Tocantins. Dividida em 12 vilas pontilhadas por matas, rios, campos, mangues e igarapés, forma um cenário perfeito para quem pretende desvendar um pedaço quase intacto da selva amazônica. O ponto de partida da viagem é Belém, de onde saem barcos e balsas rumo à Soure, a "capital" da ilha, alcançada depois de cerca de três horas de navegação. É nesta área que estão as melhores praias - do Pesqueiro, Barra Velha e Joanes -, além de boa parte dos 250 mil habitantes da região.
Barra Velha: Praia e mangue formam cenários surreais
Foto: Chistian Knepper (Embratur)
Foto: Chistian Knepper (Embratur)
Habitat de grande variedade de peixes e pássaros, o arquipélago oferece muitas atividades em meio à natureza, realizadas nas fazendas. Entre elas estão observação de guarás - ave típica de penas vermelhas -, pesca, a focagem de jacarés e passeios de barco pelos igarapés. Os fãs dos esportes de aventura também se divertem na área com a prática de caminhadas na selva, rafting e ciclismo pelas praias.
As surpresas se fazem presentes também na gastronomia, que tem a carne de búfalo - claro! - como grande destaque. Os pratos mais apreciados são o Filé Marajoara, servido com mussarela de búfala derretida; e o Frito do Vaqueiro, que traz fraldinha ou minguinha (carne da costela) cozidos e acompanhados de pirão de leite. Também merecem destaques o caldo de turu, um molusco típico do mangue; e as suculentas peixadas. Para a sobremesa, aposte nos sorvetes de frutas exóticas como uxi, bacuri, taperebá e cajarana.
Os encantos da região se refletem também na cultura. Uma das heranças mais ricas deixadas pelos índios marajoaras é a bela arte da cerâmica estilizada. Para apreciar os trabalhos, siga para o Museu do Marajó, localizado na modesta Cachoeira do Arari, uma cidadezinha escondida no meio da mata. Construído numa antiga fábrica de óleos, o espaço tem um rico acervo que guarda desde vasos, jarros e utensílios de cozinha à urnas funerárias. Quando o assunto é dança, o carimbó e o lundu surgem absolutos. Autênticos da região, os passos foram inspirados em manifestações de origem africana e indígena.
Antes de viajar, escolha bem a época, já que calor e chuvas são características comuns do Pará se intercalam no calendário. No primeiro semestre chove quase todo dia, alagando campos e florestas e impedindo algumas travessias. A vantagem é que a temperatura fica mais amena. No resto do ano, no período de seca, os termômetros batem facilmente os 40 graus. O consolo é que a água já baixou e fica mais fácil circular pela região.
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