Berlan Turismo
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segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Praia do Forte - BA



Parece improvável que um lugar possa reunir um ambiente bucólico e aconchegante para quem deseja relaxar, lojas de grife, campos de golfe e hotéis de luxo, ao mesmo tempo em que preserve a natureza com o devido respeito e atenção que ela merece. Mas um ponto assim existe, e no Brasil: a Praia do Forte.

Não à toa a cidade é considerada a "Polinésia brasileira". Com 12 km de praias de areia branquíssima, águas límpidas e cristalinas, piscinas naturais e enormes coqueiros à beira mar, é quase a visão idealizada que se faz do arquipélago do Pacífico Sul. Mas ela está bem ali, a pouco mais de 50 quilômetros de Salvador.

Muito antes de se tornar moda, a consciência ambiental e as "eco" construções já cresciam nesse refúgio baiano. E ao contrário das preocupações atuais, lá não se explorou para começar a preservar. O pensamento de que a natureza faz parte da vida cotidiana está enraizado no povo e sempre há de ser assim.

PRAIA DO FORTE     
Jotafreitas/Bahiatursa
Belas praias esperam o turista     
     
Jotafreitas/Bahiatursa
Base do projeto Tamar      

Jotafreitas/Bahiatursa
Garcia D'Ávila, construído em 1551      


O rústico e o luxuoso convivem harmonicamente, aliás, quem chega é que deve se ajustar às normas locais e não impor o progresso. As placas de madeira ou pedra e o chão de terra estão lá para mostrar que a pequena população, em grande parte de pescadores, apesar de ter adotado o turismo como meio de vida, não abre mão de permanecer simples.

Foi na Praia do Forte que nasceu a primeira base do Projeto Tamar, em 1982. Hoje são mais de 22 unidades espalhadas pelo litoral brasileiro. E lá até hoje as tartarugas continuam se reproduzindo, com a ajuda de biólogos, da população e até dos resorts que são erguidos rente a praia, mas que jamais ousam adentrar o território dos quelônios.

Outro reduto de preservação ambiental é a Reserva Ecológica Sapiranga, do outro lado da estrada. Apesar de ter litoral tranquilo, a Praia do Forte também recebe bem os adeptos de emoções mais intensas, como o rafting, tirolesa, passeios de quadriciclo e até o parasail - uma espécie de paraquedas puxado por uma lancha.

Com belezas naturais de encher os olhos, os baianos da Praia do Forte só querem que as coisas continuem assim, do jeitinho que são. E só exigem dos turistas que apreciem, divulguem, e não levem de lá mais do que boas fotos e lembranças.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Caruaru - PE

Cidade de Caruaru - PE

Caruaru não foi feita para viajantes amadores, muito menos para aqueles acostumados com o turismo de fácil assimilação dos tours apressados de um dia, como os que acontecem em alguns destinos do litoral nordestino.

Localizada em pleno agreste pernambucano, ?nas entranhas do nordeste? como descreveu certa vez um cordelista local, essa cidade a 130 km de Recife custa a conquistar os mais apressados e vai se deixando revelar aos poucos. Sua gente é tão cativante quanto os bonecos de barro de Vitalino, o mestre que colocou a região na rota internacional da arte figurativa; suas histórias são tão variadas quanto a (agradável) prosa sem fim de personagens históricos como o Mestre Eudócio, considerado Patrimônio vivo de Pernambuco; e seu ritmo é tão alucinado quanto a poesia de cordel ou o duelo dos antigos repentistas da feira mais famosa do Brasil.

Que fique bem claro desde o início: o centro dessa cidade de pouco mais de 300 mil habitantes oferece poucos atrativos turísticos fora da época da Semana Santa e do famoso São João. No entanto, um mergulho em suas manifestações culturais faz do destino uma das mais interessantes e ricas viagens em todo o Estado. E avisem logo os desinformados: opções não devem faltar.

Garantida durante todo o ano, a atração mais famosa é a Feira de Caruaru, considerada uma das maiores feiras ao ar livre do Brasil. Iniciado no final do século 18, esse tradicional centro comercial abriga, atualmente, 13 feiras temáticas em seu interior com uma variedade de produtos que impressiona. Assim como descreveu o mesmo cordelista Luciano Dionízio, ?o que buscaste e não viste, com certeza não existe, nem na Terra nem em Marte?. Por isso é lá que o visitante encontrará diversas opções de trabalhos artesanais, roupas e acessórios, animais, alimentos, importados e até um museu dedicado a mais internacional das literaturas regionais: o cordel.


Outro evento de peso é o famoso São João que com Campina Grande, na vizinha Paraíba, disputa o título de o Maior São João do Mundo. É em junho que toda a cidade se transforma em um imenso arraial com vilas cenográficas inteiras dedicadas ao forró e com barracas de comida típica. E mesmo depois do final desse evento que chega a durar pouco mais de um mês, a cidade parece passar o restante do ano sob a sombra e perspectivas do São João seguinte.

No entanto, a apenas sete quilômetros do caos do centro de Caruaru, a tranquilidade de Alto do Moura, um bairro vizinho com ares de cidadezinha do agreste, leva o visitante a um cenário em que o principal atrativo é uma rua central de paralelepípedos que parece ter parado na época em que Mestre Vitalino sujava as mãos de barro para dar vida a essa arte que, décadas mais tardes, levaria seu nome e o de Pernambuco para o resto do mundo.

Aliás seu ofício parece vivo em cada uma daquelas casinhas simples e coloridas que abrigam ateliês de artistas (famosos ou anônimos) que têm Vitalino como a principal inspiração. É ali que o visitante se delicia com as histórias ouvidas nos ateliês de outros nomes, internacionalmente, conhecidos como Marliete Rodrigues, Mestre Galdino (e seu surrealismo improvável para terras agrestes) e Manuel Eudócio, declarado Patrimônio Vivo do Pernambuco pelo governo local e um exímio contador de deliciosas histórias sobre a época em que começava a aprender sobre arte figurativa com o mestre mais famoso do bairro.


A arte figurativa de Mestre Vitalino, marcada por bonecos de barro que reproduzem cenas cotidianas, deu ao lugar o título de maior centro de artes figurativas das Américas. A região abriga ateliês de mais de 200 artesãos e histórias suficientes para convencer o forasteiro a deixar-se ficar por mais alguns dias.


Em Caruaru, viajante apressado come cru ou sequer tem a chance de provar uma das mais deliciosas imersões culturais da região.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Visita à cidade de Sines

Aproveitando o evento das Tasquinhas, organizado pela Câmara Municipal de Sines, para promover a gastronomia alentejana, resolvemos ir hoje até à cidade de Sines. Sines é uma cidade alentejana no distrito de Setúbal que faz parte do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina. Foi elevada à categoria de cidade em 12 de Julho de 1997.

Foi nesta cidade que nasceu em 1469, um dos maiores navegadores portugueses, Vasco da Gama.
Quando chegámos a Sines fomos logo direitos à Av. Vasco da Gama, que era o local onde se realizavam as Tasquinhas. Dos 20 expositores presentes, além dos que se dedicavam apenas à doçaria, todos os restantes apresentavam pratos ligados ao mar, embora em menor quantidade alguns também apresentassem carne. Todos eles tinham um prato a concurso que era à base de sardinha (sardinha de escabeche, Migas de sardinha, Filetes de sardinha, Bola de sardinha, Panados de sardinha, Sardinha albardada, Sardinha com molho à espanhola entre outros). Chegámos próximo da uma hora e havia pouca gente (deve ter mais gente à noite e ao fim de semana).
Depois de passar por todos eles para ver o que havia, decidimo-nos pelo Restaurante A Cascata. Embora não estivesse mau, mas íamos à espera de outra coisa e não saímos totalmente satisfeitos.
Depois do almoço, fomos dar uma volta pela cidade e dirigimo-nos para o Castelo, que foi construído em 1424 no ponto mais nobre e estratégico da cidade, por ter sido esta a condição colocada pelo rei D. Pedro I para a concessão do foral a Sines, em 1362.
É o monumento mais importante da cidade e embora hoje em dia não sirva para defender a cidade dos piratas, não deixa de ser o melhor miradouro para a baía.
Práticamente encostada à muralha do castelo, encontra-se a Igreja Matriz de S. Salvador, que no séc. XVIII teve de sofrer profundas remodelações, por já ser demasiado pequena para albergar os fiéis que queriam assistir às missas.
Também junto ao castelo se ergue a Estátua de Vasco da Gama, inaugurada em 1970, por ocasião das comemorações do quinto centenário do nascimento do navegador. Esta estátua foi uma reivindicação da população, desde pelo menos 1898 e está colocada como se ele estivesse com os olhos postos no Atlântico.
Fomos a seguir até à Ermida de Nossa Senhora das Salas, que substituiu a igreja primitiva, mandada construir no início do séc. XIV pela princesa Betaça. Vasco da Gama, depois do sucesso da sua viagem à India, decidiu mandar reconstruir o edifício de raíz, no séc. XVI, por ter uma grande devoção a esta santa.
Falta dizer que todos estes monumentos só foram vistos por fora, em virtude de se encontrarem fechados. Demos também uma volta pelas ruas do centro histórico e fomos depois até Porto Covo, que é um aldeia pitoresca entre o mar e a planície, fundada na segunda metade do séc. XVIII, e que possui à sua volta algumas das mais belas praias portuguesas.
Após esta visita regressámos a casa.